quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Sons em Família

Há uns bons tempos (pelo menos, desde que a Pinipon nasceu) que a vida emocional da Popotinha se alterou. Demorei muuuuiiito tempo a integrar isto. Uma coisa é entender isto de forma racional, dos típicos ciúmes de irmão e ver qual a melhor forma de lidar, com aquelas estratégias que lemos e relemos e fazemos... Outra completamente diferente, é o sentimento que nos abala... a injustiça perante um que acaba de chegar versus a dor da alma do outro que sente que lhe tiraram um pedaço de chão, que ainda por cima não estava conquistado.

A dualidade de sentimentos existia em mim e na Popotinha. A Pinipon nasceu com uma irmã. Dado adquirido! A Popotinha nasceu única, fez-me mãe e gostava desse posto!
A dualidade de gostar da irmã e saber que ela veio ocupar espaço, um espaço que era dela... gostar da irmã, mas só a mãe lhe dava leite... Passou a dizer "Eu sou filha do pai, a Pinipon é tua filha!" A dor que a Popotinha tinha!

Comecei a sentir que já nem eu sabia lidar com isto. Como a ajudar!? Como ajudar-me?!

Volvidos 2 anos e meio, pedi ajuda à linda Silvia Catarina Santos e pedi uma sessão unifamiliar de "Sons em Família"! Vejam aqui!

O carinho da preparação da sessão!
Quero partilhar o meu testemunho! Acho importante escrevê-lo, no sentido em que reitero a necessidade, a fabulosa mudança, subtil e respeitadora de cada um, de cada processo, de perceber que foi a partir daqui, com esta ajuda, que muita coisa se tornou mais fácil e fluiu.

A sessão é uma verdadeira delícia, de jogos e brincadeiras, onde a criatividade surge sem julgamentos, a curiosidade fazem os deleites de pais e filhos e as ligações tornam-se mágicas. Sabemos lá nós, que cada célula está a ser nutrida, mexida na vibração que deve estar, fortalecendo cada grama do nosso ser e capacitando-nos para a co-existência com os nossos.

Depois de algum tempo, quase como um período de incubação necessário para a borboleta nascer, eis que renasceu uma nova forma de estar e existir, permitindo-se Ser.

Por um lado, a Popotinha começou a verbalizar. Começou a explicar-se e a dizer que não queria a Pinipon ao pé dela, que gostava que ela passasse mais tempo com a avó para ficar com os pais, e mais tarde começou mesmo a pedir expressamente para fazer programinhas só comigo. O facto de ter colocado por palavras aquilo que sentia, e não sentiu julgamento da nossa parte, mas compreensão e contensão, favoreceu em muito o processo dela. Ouvia-se a ela própria!

Por outro lado, senti que eu já não julgava e não tentava conter, falando na importância da partilha e no mau trato que fazia com a irmã, mas sim em plena compreensão e aceitação do seu processo de reconquista e reposicionamento no espaço, que agora é ocupado por mais um. Também me ajudou, no sentido de dizer o que tinha a dizer num momento que não se estendia mais no tempo e no espaço. Deixei de ficar com birra, envolta no mesmo registo durante muito tempo, e larguei a culpa que sentia com isso. Uma pescadinha de rabo na boca.

Em jeito de conclusão, pretendo agradecer à Silvia a sua disponibilidade, a paciência para com a Popotinha, que sentiu bem o som a vibrar em cada célula, e a mim pela abertura que tive de compreender que precisava de ajuda, de compreender o processo por trás da estética, e refletir e sentir verdadeiramente as mudanças decorrentes de uma sessão de som terapêutica. São tão subtis, macias, suaves, leves, que quase corremos o risco de pensar que é por outra coisa qualquer. 


Silvia, também tu, trabalhas com magia!
Dia 25/09/2016 escrevi: "Experiência maravilhosa! O som entra sem convite, mas respeitando cada célula! A harmonia das emoções múltiplas e desarranjadas são aceites num abraço e num sorriso. As lágrimas nutrem no fim todo o universo de gratidão e aceitação, compreensão e clarividência. 
Absolutamente grata pela mestria e disponibilidade ao outro Sílvia Catarina Santos!"

1 comentário:

  1. Tudo o que Sou transborda de alegria e gratidão!
    Muito obrigada a vós pela entrega, pela participação completa e livre. Obrigada por, em casal, terem permitido que a Popotinha e a Pinipon estivessem verdadeiramente livres durante a sessão, permitindo-se vibrar em ressonância com a magia que as taças proporcionam.
    Obrigada. Muito obrigada...

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